Desta vez não lhe vimos trazer nenhuma notícia, nenhuma novidade em primeira mão. Hoje vimos só… olhar para trás e admirar tudo o que se andou para chegarmos aos sistemas de entretenimento que já se banalizaram até nos carros mais pequenos, os rádios com comandos por voz, instalados em sistemas com ecrãs tácteis de 8 ou mais polegadas. Tão diferentes dos rústicos auto-rádios que tinham de se comprar e mandar instalar, sintonizar manualmente e tentar perceber o que "diziam"…
Já nos anos 80, quando foi lançada a primeira geração do Ibiza, os auto-rádios já incorporavam leitor de cassetes, uma geração mais avançada dos primeiros que tinham os chamados leitores de "cartuchos", umas caixas de fita gravada de dimensões mais avantajadas. "Foi um grande avanço, pela primeira vez as pessoas podiam levar a sua própria música para dentro do carro", recorda Sala. As aparelhagens tornaram-se mais sofisticadas e começaram a ser demasiado atraentes… para os "amigos do alheio". Foi, então, que se inventou o auto-rádio extraível que se podia tirar de cada vez que se parava o carro, deixando no seu lugar um buraco vazio… "Quem não se lembra de sair do carro com aquele grande paralelepípedo de metal debaixo do braço?!".
Uma das formas encontradas pelos construtores para contornar os furtos, mas também para passarem a cobrar pelos rádios já montados de série foi a sua integração nos "tabliers", com os primeiros ecrãs e até controlos por voz, nos anos 90. "Passar de selecionar manualmente as estações de rádio favoritas para passar a ter algo semelhante a um computador e algumas funções que até podiam ser comandadas por voz foi uma autêntica revolução", lembra Jaume Sala. "Dizer ao carro para ligar o rádio e que estação pretendia ouvir era algo inimaginável poucos anos antes!".
Esse ecrã do rádio ganhou tal importância que passou a ser quase o centro do interior dos automóveis modernos! Pelo menos é a primeira coisa que os "designers" dos habitáculos desenham, desenvolvendo-se tudo o resto a partir daí. "No passado costumávamos desenhar o interior e depois logo arranjávamos uma forma de encaixar o rádio. Agora é precisamente o contrário, primeiro situamos o ecrã e depois desenhamos o resto à sua volta".
E um som cada vez melhor, graças ao trabalho de vários engenheiros especializados em acústica e que colocam com precisão todos os altifalantes, com ferramentas habitualmente usadas em estúdios de gravação. Assim, garantem que a experiência sonora proporcionada aos ocupantes do veículo tem uma qualidade quase de uma sala de concertos! O que se andou para aqui chegar!...